Carta aos Colossenses 3:1-25
Notas de rodapé
Notas de estudo
nas coisas de cima: Aqui, Paulo incentiva os cristãos ungidos de Colossos a manterem a mente focada em sua esperança. Em sua carta aos filipenses, Paulo também fala do “prêmio da chamada para cima”, a perspectiva de reinar no céu com Cristo. (Fil 3:14; Col 1:4, 5) O verbo grego que Paulo usou ao dar a ordem mantenham a mente fixa está no presente, passando a ideia de uma ação contínua. Se os colossenses mantivessem esse foco, eles evitariam que as coisas da terra (como filosofias humanas e tradições vazias) os distraíssem e os enfraquecessem, e os fizessem perder sua preciosa esperança. — Col 2:8.
Façam morrer: Paulo usa esta figura de linguagem impactante para destacar que é necessário tomar medidas fortes para eliminar os desejos errados da carne. (Gál 5:24) A palavra grega traduzida aqui como “façam morrer” significa literalmente “matar” ou “eliminar”. — Compare com Mt 5:29, 30; 18:8, 9; Mr 9:43, 45, 47.
imoralidade sexual: A palavra grega que aparece aqui é porneía. Na Bíblia, essa palavra é um termo genérico usado para se referir a certas atividades sexuais que Deus proíbe, incluindo adultério, sexo entre pessoas não casadas, entre pessoas do mesmo sexo e outros pecados sexuais graves. — Veja o Glossário e a nota de estudo em Gál 5:19.
impureza: Ou: “imundice; depravação”. A palavra grega que aparece aqui é akatharsía. Quando essa palavra é usada em sentido figurado, ela inclui todos os tipos de impureza — em assuntos sexuais, em assuntos espirituais, em palavra ou em ação. (Compare com 1Co 7:14; 2Co 6:17; 1Te 2:3.) Assim, “impureza” pode se referir a diferentes tipos de comportamentos errados e pode ter diferentes níveis de gravidade. A palavra grega dá destaque ao fato de que a conduta errada ou a condição da pessoa é repugnante em sentido moral. — Veja o Glossário, “Impuro”, e as notas de estudo em Gál 5:19; Ef 4:19.
paixão desenfreada: Ou: “apetite sexual desenfreado”. Veja a nota de estudo em Ro 1:26; compare com Gên 39:7-12; 2Sa 13:10-14.
ganância, que é idolatria: A palavra grega pleonexía, traduzida aqui como “ganância”, transmite a ideia de desejar ter sempre mais, sem nunca ficar satisfeito. (Veja a nota de estudo em Ro 1:29.) Paulo explica que a ganância é, na verdade, uma forma de idolatria, já que a pessoa gananciosa transforma seu objeto de desejo em seu deus. Para ela, satisfazer o seu desejo passa a ser o principal objetivo na vida, acima até mesmo da adoração a Jeová. — Veja a nota de estudo em Ef 5:5.
abandonar tudo isso: Aqui, Paulo usa um verbo grego que significa “livrar-se de algo” ou “deixar algo de lado”, como, por exemplo, roupas velhas. Ao usar esse verbo, ele começa uma metáfora que ele continua usando nos versículos 9, 10, 12 e 14. Ela envolve tirar uma roupa em mau estado e colocar uma roupa apropriada. Paulo queria que os cristãos colossenses vissem as cinco coisas que ele menciona a seguir como se fossem roupas imundas, que a pessoa iria querer tirar o mais rápido possível. (Veja as próximas notas de estudo neste versículo.) Esta passagem (Col 3:8-10, 12, 13) tem várias semelhanças com Ef 4:20-25, 31, 32. Essas semelhanças apoiam a conclusão de que Paulo escreveu as duas cartas mais ou menos na mesma época. — Ef 6:21; Col 4:7-9.
a raiva, a ira: As duas palavras gregas que Paulo usa aqui têm um significado muito parecido. Alguns estudiosos sugerem que a primeira delas, orgé, originalmente se referia principalmente ao sentimento interno de raiva, enquanto a segunda, thymós, tinha mais a ver com a demonstração externa desse sentimento, muitas vezes de maneira explosiva. É possível que, na época em que Paulo escreveu aos colossenses, essa diferença já tivesse praticamente desaparecido. O fato de Paulo ter usado as duas palavras mostra que os cristãos devem lutar contra a tendência de deixar a raivar crescer no coração e contra os acessos de ira que podem resultar disso. — Ef 4:31; veja as notas de estudo em Ef 4:26.
a maldade: A palavra grega que aparece aqui, kakía, pode incluir a ideia de malícia, rancor ou inclinação de prejudicar outros. Em uma lista parecida que Paulo faz em Ef 4:31, ele usa essa mesma palavra grega. (Veja também Ro 1:29; 1Co 14:20.) Uma obra de referência descreve essa palavra como “uma força maligna que destrói os laços de amizade”.
as palavras ofensivas: A palavra grega que aparece aqui é blasfemía. Nos contextos em que ela se refere a falar com desrespeito sobre Deus, essa palavra muitas vezes é traduzida como “blasfêmia”. (Ap 13:6) Mas, originalmente, blasfemía não se referia apenas a insultos contra Deus. A palavra também podia se referir a calúnias ou a coisas maldosas ditas sobre outros humanos. O contexto indica que foi nesse sentido que Paulo usou a palavra aqui. (Veja também Ef 4:31.) Neste versículo, outras Bíblias traduzem blasfemía como “a calúnia”, “a difamação” e “os insultos”. Uma obra de referência diz o seguinte sobre essa palavra: “Ela indica a tentativa de menosprezar alguém e fazer com que ele perca o respeito de outros ou que fique com uma má reputação.”
conversa obscena: Esta é a única vez que a palavra grega usada aqui aparece nas Escrituras Gregas Cristãs. Ela se refere à linguagem suja, vulgar e, às vezes, ofensiva. Nos dias de Paulo, esse tipo de linguagem era comum em peças de teatro e comédias que retratavam imoralidade, e alguns consideravam a conversa obscena como algo engraçado. Às vezes, esse tipo de linguagem é usado ao expressar raiva, algo que Paulo também condena neste versículo. (Veja a nota de estudo em a raiva, a ira neste versículo.) Sem dúvida, Paulo deu esse alerta para ajudar os cristãos a não ser contaminados pelo modo de agir das pessoas à sua volta. (Veja a nota de estudo em Ef 5:3.) Em Ef 4:29 (veja a nota de estudo), Paulo dá um conselho parecido aos cristãos: “Não saia da boca de vocês nenhuma palavra pervertida.”
se despir da velha personalidade: Aqui, Paulo continua com a metáfora sobre tirar uma roupa e colocar outra. (Veja a nota de estudo em Col 3:8.) A palavra grega traduzida aqui como “personalidade” significa literalmente “homem; pessoa”. Falando sobre o uso figurado que Paulo faz dessa palavra neste versículo, uma obra de referência diz: “O ‘velho homem’ aqui, assim como em Romanos 6:6 e Efésios 4:22, se refere à inteira personalidade do homem quando está sob o domínio do pecado.” (Veja a nota de estudo em Ro 6:6.) As palavras de Paulo dão a entender que, com a ajuda do espírito de Deus, os cristãos podem “se despir” de suas características e práticas pecaminosas, mesmo que elas estejam profundamente arraigadas.
da nova personalidade: Na metáfora de Paulo, a “nova personalidade” é a roupa figurativa que substitui a “velha personalidade”. (Veja as notas de estudo em Ef 4:24; Col 3:9.) Essa “nova personalidade” é formada pelas excelentes qualidades de Deus. Ela é uma imagem da personalidade de Jeová Deus, criada à semelhança dele. Paulo usou aqui a mesma palavra grega para “imagem” que aparece em Gên 1:26 na Septuaginta. Dessa forma, ele mostrou aos cristãos em Colossos que até mesmo humanos imperfeitos podem refletir as elevadas qualidades de Deus. — Veja a nota de estudo em Ef 5:1.
está sendo renovada: Aqui, Paulo usa um verbo que não foi encontrado em nenhuma obra da literatura grega escrita antes de suas cartas. A forma do verbo usada por Paulo passa a ideia, não de um único ato de renovação, mas de um processo contínuo. Se um cristão parar de se esforçar para cultivar a nova personalidade, é bem provável que a velha personalidade reapareça. (Gên 8:21; Ro 7:21-25) Assim, Paulo destaca que, ao passo que os cristãos adquirem conhecimento exato sobre a personalidade cristã, eles precisam continuar colocando em prática o que aprendem. Os cristãos devem fazer o máximo para desenvolver qualidades como as que Paulo alista nos versículos 12 a 15. —Veja a nota de estudo em 2Co 4:16.
estrangeiro: Lit.: “bárbaro”. — Veja a nota de estudo em Ro 1:14.
cita: Nos dias de Paulo, a palavra “cita” passava a ideia de um povo feroz e não civilizado. Os citas, de forma geral, eram nômades. Escritores da antiguidade normalmente relacionavam esse povo a regiões ao norte e ao leste do Mar Negro. Existem evidências de que os citas podem ter chegado até a parte oeste da Sibéria, perto da divisa com a Mongólia. No mundo greco-romano, a palavra “cita” se tornou sinônimo de “assustador”. Aqui, Paulo alista diferentes grupos em pares: gregos e judeus, circuncisos e incircuncisos, estrangeiros e citas, e escravos e homens livres. Paulo deixa claro que nenhuma dessas classificações dadas às pessoas importava. Assim, ele mostra que, entre os cristãos que se revestem da nova personalidade, não pode haver nenhuma divisão étnica, religiosa, cultural ou social.
revistam-se: Neste versículo, Paulo continua com a metáfora que tinha começado em Col 3:8 sobre trocar de roupa. (Veja a nota de estudo.) Aqui, ele passa a falar de qualidades específicas da “nova personalidade” que os seguidores de Cristo devem “vestir” como se fosse uma roupa. (Col 3:10) Apesar de essas qualidades cristãs serem cultivadas no coração, elas podem ser comparadas a uma roupa porque precisam ser vistas com facilidade. Várias obras de referência mencionam que Paulo deu a ordem “revistam-se” de um modo que pode sugerir que a ação era urgente e devia ser permanente. Isso poderia indicar que ele queria que os colossenses aplicassem seu conselho sem demora e que as qualidades que eles adquirissem se tornassem características permanentes deles.
humildade: Ou: “humildade mental”. — Veja a nota de estudo em At 20:19.
Continuem a suportar uns aos outros: Aqui, Paulo incentiva os cristãos em Colossos a serem pacientes, tolerando falhas e características que eles consideram irritantes nos outros. Em 1Co 4:12, o mesmo verbo grego foi traduzido como ‘suportar com paciência’. Visto que todos os cristãos são imperfeitos e cometem erros (Tg 3:2), eles precisam ser razoáveis no que esperam uns dos outros (Fil 4:5).
mesmo que alguém tenha razão para queixa contra outro: Com estas palavras, Paulo reconhece que às vezes alguns cristãos em Colossos talvez dessem a seus irmãos “razão para queixa”, ou seja, motivos válidos para reclamar. Pode ser que eles às vezes deixassem de mostrar alguma qualidade cristã ou magoassem seus irmãos devido a um erro ou um mal-entendido. Mesmo em situações como essas, os cristãos se esforçam para imitar a Jeová e perdoar liberalmente. — Mt 5:23, 24; 18:21-35; Ef 4:32; 1Pe 4:8.
Assim como Jeová os perdoou liberalmente: A Bíblia com frequência fala de Jeová Deus como aquele que perdoa os pecados dos humanos. (Núm 14:19, 20; 2Sa 12:13; Sal 130:4; Da 9:9) Ela até mesmo diz que ele está “sempre pronto a perdoar” (Ne 9:17; Sal 86:5) e que ele “perdoará amplamente [ou: “liberalmente”, nota de rodapé]” (Is 55:7). O verbo grego traduzido aqui como “perdoou liberalmente” não é o verbo normalmente traduzido como “perdoar”, que aparece, por exemplo, em Mt 6:12, 14 e Ro 4:7 (veja a nota de estudo). Em vez disso, Paulo usa aqui um verbo relacionado com a palavra grega kháris, que muitas vezes é traduzida como “bondade imerecida” ou “favor”. Quando esse verbo é usado com o sentido de perdoar, ele passa a ideia de fazer isso liberalmente, ou com generosidade, como ao dar um presente a alguém. Paulo usa esse mesmo verbo em Col 2:13, que diz: “Deus . . . nos perdoou bondosamente todas as nossas falhas.” — Ef 4:32; para uma explicação sobre os motivos de o nome de Deus ter sido usado aqui, veja o Apêndice C3 (introdução e Col 3:13).
revistam-se de amor: Veja a nota de estudo em Col 3:12.
perfeito vínculo de união: Lit.: “vínculo conjunto da perfeição”. Em sua carta aos efésios, Paulo destaca o poder que a paz tem de unir a congregação. (Veja a nota de estudo em Ef 4:3.) Aqui em Colossenses, ele se concentra no poder que o amor, a qualidade suprema, tem de criar união. O maior exemplo do poder que o amor tem de unir é o vínculo que existe entre Jeová e seu Filho unigênito; esse é o vínculo mais forte que o amor já formou. (Jo 3:35) Na noite antes de morrer, Jesus suplicou a seu Pai que ele criasse esse mesmo tipo de união entre seus discípulos. — Jo 17:11, 22; veja a nota de estudo em Jo 17:23.
a paz do Cristo: Ou seja, a tranquilidade, ou calma, que alguém passa a ter quando se torna um discípulo do Filho de Deus. Essa paz que os servos de Jeová Deus sentem vem de saber que são amados e aprovados por Jeová e por seu Filho. — Sal 149:4; Jo 14:27; Ro 5:3, 4.
do Cristo: Aqui, alguns manuscritos bem antigos dizem “de Deus”, e algumas traduções das Escrituras Gregas Cristãs para o hebraico (chamadas de J7, 8 no Apêndice C4) usam o nome de Deus. Mas a tradução “do Cristo” tem o apoio de manuscritos muito antigos e confiáveis.
reine no seu coração: Ou: “controle o seu coração”. Aqui, Paulo incentiva os cristãos a deixar que a paz do Cristo se torne a influência que governa no seu coração. O verbo grego traduzido aqui como “reine” está relacionado com uma palavra usada para se referir a um árbitro, ou juiz, que controlava as atividades nas competições atléticas antigas e que concedia o prêmio. Quando a paz do Cristo é o princípio que reina no coração de um cristão, agindo como um árbitro, ele toma suas decisões pensando em qual ação vai contribuir mais para preservar a união e a paz com seus irmãos.
a palavra do Cristo: Esta expressão, que não aparece em nenhum outro lugar das Escrituras Gregas Cristãs, se refere a tudo o que Jesus ensinou e também ao que foi ensinado sobre ele. “A palavra do Cristo” inclui o exemplo que Jesus deixou por meio de sua vida e seu ministério. Paulo disse aos cristãos que eles deveriam deixar que o conjunto dos ensinos de Cristo residisse neles, ou seja, se tornasse parte deles. Eles poderiam fazer isso por meditar na verdade cristã e se concentrar totalmente nela. Uma obra de referência diz o seguinte sobre essas palavras de Paulo: “A mensagem cristã precisa ser neles uma força viva integrante e permanente, e não apenas uma demonstração exterior ou uma simples rotina.”
Continuem ensinando e encorajando uns aos outros: Aqui, Paulo incentiva os cristãos a ensinar e encorajar (ou: “exortar”) uns aos outros cantando músicas com letras baseadas nas Escrituras inspiradas. Algumas das músicas que os cristãos do século 1 d.C. usavam em sua adoração eram salmos tirados das Escrituras Hebraicas. Muitos desses salmos encorajavam os servos de Deus a louvá-lo, agradecer a ele e se alegrar nele. — Sal 32:11; 106:1; 107:1; veja a nota de estudo em Mt 26:30.
encorajando: Ou: “exortando”. O verbo grego que aparece aqui, nouthetéo, é formado por duas palavras: nous (“mente”) e títhemi (“colocar; pôr”). Ele poderia ser traduzido literalmente como “colocar mente em”. Neste contexto, o encorajamento poderia incluir lembrar uns aos outros de conselhos e pensamentos consoladores das Escrituras. O substantivo grego relacionado aparece em Ef 6:4 (veja a nota de estudo), onde foi traduzido como “instrução”.
salmos, louvores a Deus e cânticos espirituais: Veja a nota de estudo em Ef 5:19.
cantando . . . a Jeová: Veja a nota de estudo em Ef 5:19; veja também o Apêndice C3 (introdução e Col 3:16).
no coração: Veja a nota de estudo em Ef 5:19.
em nome do Senhor Jesus: Na Bíblia, a palavra “nome” pode se referir à própria pessoa, à sua reputação e a tudo o que ela representa. O “nome do Senhor Jesus” envolve a autoridade que ele recebeu por ter dado a vida para resgatar a humanidade do pecado e a posição que ele ocupa como Rei do Reino de Deus. (Mt 28:18; At 4:12; 1Co 7:22, 23; He 1:3, 4; veja a nota de estudo em Fil 2:9.) Em todos os aspectos de sua vida, os cristãos devem falar e agir “em nome do Senhor Jesus”, ou seja, como representantes dele.
esteja sujeita: Aqui, Paulo está se referindo à submissão voluntária da esposa cristã à autoridade que Deus deu ao marido. O marido cristão, por outro lado, deve imitar o exemplo de Cristo ao exercer sua chefia. Além disso, ele se sujeita voluntariamente à autoridade de Cristo. — 1Co 11:3; Ef 5:22, 23; veja a nota de estudo em Ef 5:21.
assim como é apropriado no Senhor: Por acrescentar aqui as palavras “no Senhor”, Paulo lembra à esposa cristã que, ao cumprir seu papel de acordo com as Escrituras, ela está agradando ao seu Senhor, Jesus Cristo. A sujeição de Jesus ao seu Pai é um exemplo perfeito de submissão humilde. — Ef 5:22; veja a nota de estudo em Fil 2:6.
sejam obedientes: O verbo grego usado aqui vem de outro verbo, que tem o sentido básico de “ouvir”. Neste versículo, ele foi usado no sentido de dar ouvidos às orientações dos pais e aplicá-las. Paulo acrescenta que os filhos deveriam ser obedientes em tudo. É claro que, ao dizer isso, Paulo estava se referindo a “tudo” o que estivesse de acordo com a vontade de Deus; ele não estava falando de assuntos que envolvessem desobedecer a Deus. Os leitores da carta de Paulo saberiam que essa obediência mal direcionada não seria “agradável ao Senhor”. — Compare com Lu 2:51 e a nota de estudo; At 5:28, 29; Ef 6:1, 2.
pais: Aqui, a palavra “pais” se refere a homens que têm filhos.
não irritem: A palavra grega traduzida aqui como “irritem” também pode ser traduzida como “provoquem” ou “exasperem”. Paulo não estava se referindo à irritação que um filho talvez sinta ao ser disciplinado mesmo que seus pais sejam amorosos. (Compare com Pr 13:24.) Em vez disso, Paulo estava pensando nos sentimentos que os pais causam em seus filhos quando os tratam de maneira dura ou são exigentes demais. Esse tratamento abusivo não reflete o exemplo que Jeová deixou nas Escrituras. Elas mostram, por exemplo, que Jeová sempre foi equilibrado ao lidar com seu povo (Sal 103:13; Tg 5:11) e que ele animava e encorajava o seu próprio Filho (Mt 3:17; 17:5).
desanimem: A palavra grega que aparece aqui também poderia ser traduzida como “fiquem desencorajados”. Esta é a única ocorrência dessa palavra nas Escrituras Gregas Cristãs. Ela passa a ideia de um tipo de desânimo que poderia se tornar contínuo e ameaçar o bem-estar físico e emocional do filho. O contexto mostra que esse desânimo poderia ser causado por maus-tratos dos pais. Falando sobre o uso dessa palavra grega neste versículo, algumas obras de referência comentam que o tratamento ‘irritante’ mencionado por Paulo poderia levar o filho a acreditar que ele nunca seria capaz de agradar os seus pais. E isso poderia fazer o filho ficar abatido ou, até mesmo, completamente desanimado. — Veja a nota de estudo em não irritem neste versículo.
senhores: Aqui, a palavra grega kýrios (“senhor”) se refere a humanos que têm autoridade sobre outros.
humanos: Lit.: “carnais”. — Veja a nota de estudo em Ef 6:5.
não apenas quando estiverem sendo observados, só para agradar a homens: Lit.: “não servindo à vista, como agradadores de homens”. — Veja a nota de estudo em Ef 6:6.
com temor a Jeová: Esta expressão se refere a um sentimento de profunda reverência e respeito por Deus, junto com um temor saudável de desagradá-lo. Esse temor reverente vem da fé em Deus e do amor por ele e leva ao desejo de adorar e obedecer a ele. A ideia de temer a Deus é mencionada com frequência nas Escrituras Hebraicas. Alguns exemplos estão em De 6:13; 10:12, 20; 13:4; Sal 19:9 e Pr 1:7; 8:13; 22:4. Nas Escrituras Gregas Cristãs, o verbo grego para “temer” é muitas vezes usado com o sentido de sentir temor reverente por Deus. — Lu 1:50; At 10:2, 35; Ap 14:7; veja a nota de estudo em At 9:31; para uma explicação sobre os motivos de o nome de Deus ter sido usado aqui, veja o Apêndice C3 (introdução e Col 3:22).
de toda a alma: Veja a nota de estudo em Ef 6:6.
como para Jeová, e não para homens: Aqui, Paulo destaca que, em qualquer trabalho que realizassem, os cristãos que eram escravos deveriam ter sempre em mente sua relação com Jeová Deus. Entre outras coisas, eles deveriam ser obedientes aos seus “senhores humanos” e servir a eles “com sinceridade de coração”. Dessa forma, não dariam motivo para que se falasse mal “do nome de Deus”. (Col 3:22; 1Ti 6:1) Paulo dá um conselho parecido em sua carta aos efésios, que foi escrita por volta da mesma época em que a carta aos colossenses. — Ef 6:6, 7; veja a “Introdução a Colossenses”; para uma explicação sobre os motivos de o nome de Deus ter sido usado aqui, veja o Apêndice C3 (introdução e Col 3:23).
é de Jeová que receberão a herança como recompensa: Em diferentes partes da Bíblia, Jeová Deus é descrito como aquele que recompensa seus servos fiéis por suas ações. Alguns exemplos estão em Ru 2:12; Sal 24:1-5 e Je 31:16. Jesus também falou sobre seu Pai recompensar seus servos. — Mt 6:4; Lu 6:35; para uma explicação sobre os motivos de o nome de Deus ter sido usado aqui, veja o Apêndice C3 (introdução e Col 3:24).
Trabalhem como escravos para o Senhor, Cristo: Aqui, Paulo lembra aos cristãos que eram escravos que o verdadeiro Senhor deles era Jesus Cristo. Paulo deu um conselho parecido em Ef 6:5, 6, onde lembrou aos escravos que eles deviam ser “obedientes aos seus senhores humanos . . . como escravos de Cristo, fazendo de toda a alma a vontade de Deus”. Ser escravo de Cristo não é um fardo. Pelo contrário, quem escolhe ser escravo dele encontra alívio das suas cargas pesadas. — Mt 11:28-30; compare com a nota de estudo em Ro 1:1.
não há parcialidade: Este versículo mostra que os que fazem o que é errado — por exemplo, pessoas que maltratam seus escravos — não vão escapar do julgamento de Deus. Os textos de Ro 2:11 e Ef 6:9, que trazem declarações parecidas, mostram que é Deus quem julga essas pessoas de forma imparcial, sem mostrar favoritismo. — Para uma explicação sobre a origem da palavra grega para “parcialidade”, veja a nota de estudo em Ro 2:11.
Mídia
Nesta imagem, jovens e idosos da congregação de Colossos estão unidos louvando a Deus com cânticos. Assim como outros cristãos, eles provavelmente se reuniam para adorar numa simples residência, e não num prédio especial. Em sua carta aos colossenses, Paulo os incentivou a continuarem “ensinando e encorajando uns aos outros com salmos, louvores a Deus e cânticos espirituais”. (Col 3:16) Assim, além de cantarem salmos inspirados das Escrituras Hebraicas, eles talvez cantassem novos cânticos baseados em ensinos cristãos. (Mr 14:26) Paulo sabia por experiência própria que “louvar a Deus com cânticos” pode dar consolo e encorajamento. — At 16:25.
A escravidão fazia parte do dia a dia no Império Romano, e a lei romana regulamentava alguns detalhes da relação entre escravos e donos. Em todo o império, os escravos realizavam a maior parte do trabalho que era feito nas casas das famílias ricas. Eles cozinhavam, limpavam a casa e cuidavam dos filhos de seus donos. Outros escravos trabalhavam em fábricas, minas ou fazendas. Os que tinham mais escolaridade trabalhavam como médicos, professores ou secretários. Na verdade, havia escravos trabalhando em praticamente todas as profissões, com exceção do exército. Em alguns casos, os escravos podiam ser libertados. (Veja o Glossário, “Livre; Liberto”.) Os cristãos do século 1 d.C. não tomavam posição contra as decisões do governo nesse assunto nem defendiam que os escravos deveriam se rebelar. (1Co 7:21) Eles respeitavam o direito legal que outros (incluindo seus irmãos) tinham de possuir escravos. Foi por isso que Paulo enviou Onésimo de volta para seu dono, Filêmon. Visto que Onésimo tinha se tornado cristão, ele voltou voluntariamente a seu dono, que também era cristão, e se sujeitou a ele como escravo. (Flm 10-17) Paulo incentivou os escravos a trabalharem com honestidade e dedicação. — Tit 2:9, 10.