Fale sobre sua criação.

Meu pai era sapateiro e minha mãe trabalhava numa fazenda. Mas eu queria ser cientista. Eu ficava fascinada com a beleza das flores, pássaros e insetos que via perto de casa. Achava que eram produto de uma sabedoria sobre-humana.

Então você sempre acreditou num Criador?

Não. Na verdade, minhas dúvidas sobre Deus começaram na infância. Meu pai morreu de repente de um ataque cardíaco, e eu pensei: ‘Por que o Criador de tanta beleza permite o sofrimento e a morte?’

O estudo da ciência ajudou você a encontrar a resposta?

A princípio, não. Quando me tornei bióloga molecular, comecei a estudar a morte — a morte normal e programada das células do nosso corpo, que é bem diferente da morte celular descontrolada que causa inflamação e gangrena. Até alguns anos atrás, os cientistas davam pouca atenção a esse processo, embora ele seja vital para a nossa saúde.

Por que a morte celular programada é vital?

Bem, nosso corpo é formado por trilhões de células microscópicas. Praticamente todas elas precisam morrer e ser substituídas. Cada tipo de célula tem uma duração de vida diferente; algumas são constantemente substituídas em poucas semanas e outras em poucos anos. O sistema de morte celular programada requer um controle altamente preciso para manter o sensível equilíbrio entre morte e formação celular.

 O que pode dar errado?

Alguns estudos indicam que, quando células continuam vivendo além do que deveriam, isso pode resultar em artrite reumatoide ou câncer. Por outro lado, quando morrem antes do que deveriam, isso pode causar mal de Parkinson ou mal de Alzheimer. Minha pesquisa está relacionada a encontrar tratamentos para essas doenças.

Como o estudo da morte celular afetou você?

Para ser sincera, fiquei perplexa. Era óbvio que esse processo maravilhoso havia sido projetado por alguém que deseja que sejamos saudáveis. Então, permanecia a dúvida: Por que as pessoas sofrem e morrem? Eu não conseguia encontrar uma resposta.

Mas você estava convencida de que a morte celular programada foi projetada?

Sim. A complexidade de todo o processo é inacreditável, e sua elegância evidencia sabedoria excepcional. Eu acredito que é a sabedoria de Deus. Uso microscópios potentes para estudar os muitos mecanismos complexos que regulam o processo. Alguns desses mecanismos podem desencadear o processo de destruição em questão de segundos, se for necessário. As células participam na sua própria destruição. Tudo é tão bem projetado que é absolutamente impressionante.

Você tinha dúvidas sobre Deus e o sofrimento. Como encontrou as respostas?

Dois jovens Testemunhas de Jeová bateram à minha porta em 1991, e eu perguntei por que nós morremos. Eles me mostraram a resposta da Bíblia: “Por intermédio de um só homem entrou o pecado no mundo, e a morte por intermédio do pecado.” (Romanos 5:12) Se o primeiro homem não tivesse desobedecido a Deus, ele nunca teria morrido. Naquele instante, percebi que isso estava de acordo com o que eu havia aprendido em minhas pesquisas. Ficou claro que Deus não queria que as pessoas morressem. Visto que quase todas as nossas células são substituídas com regularidade, viver para sempre é totalmente possível.

O que convenceu você de que a Bíblia é a Palavra de Deus?

Aprendi o que a Bíblia diz sobre Deus no Salmo 139:16: “Teus olhos viram até mesmo meu embrião, e todas as suas partes estavam assentadas por escrito no teu livro.” Como bioquímica, estudo as informações genéticas escritas em nossas células. Como o salmista sabia dessas informações escritas? Quanto mais aprendia da Bíblia, mais convencida eu ficava de que ela é inspirada por Deus.

Que ajuda você recebeu para entender a Bíblia?

Uma Testemunha de Jeová se ofereceu para me ensinar a Bíblia. Finalmente, aprendi por que Deus permite o sofrimento. Também aprendi que Deus “tragará a morte para sempre”. (Isaías 25:8) Será fácil para o Criador fazer os sistemas maravilhosos do nosso corpo funcionarem perfeitamente, possibilitando assim vivermos para sempre.

Como você usa o que aprendeu da Bíblia para ajudar as pessoas?

Eu me tornei Testemunha de Jeová em 1995 e, desde então, aproveito cada oportunidade para ensinar as coisas que aprendi da Bíblia. Por exemplo, uma colega minha ficou arrasada quando seu irmão se suicidou. A igreja dela ensina que Deus nunca perdoa o suicídio. Mas eu lhe mostrei a esperança bíblica da ressurreição. (João 5:28, 29) Saber que o Criador se importa conosco deu muito consolo a ela. Em ocasiões assim, percebo que falar das verdades bíblicas me dá mais satisfação do que meu trabalho com a ciência.